Era um dia comum, uma manhã que apenas me torturava.
Ia no carro com
a minha mãe, no meu caminho habitual até à escola, até que ouvi no rádio algo
diferente; o locutor dizia-nos para olharmos para aquele indivíduo do
carro ao lado e sorrir, falar, fazer algo diferente. E, assim sendo, uns
segundos depois, vejo as janelas dos carros a baixarem, incluindo a minha.
Aquele nervosismo de fazer algo diferente, aquela antecipação de
saber quem está do outro lado da janela, tudo isso ajudou a animar o meu dia.
Ambos começámos a sorrir e a falar logo que as nossas caras se tornaram
visíveis. Nunca antes tinha desejado que o sinal vermelho ficasse por mais
tempo. Nunca me irei esquecer daquela cara, daquele novo amigo que fiz nesse
dia.
Gostei do que aconteceu? Sim. Gostaria que acontecesse de novo? Sim.
Gostaria que acontecesse regularmente? Não. Se os acontecimentos especiais
fossem comuns, então nada de especiais tinham e apenas se tornariam naqueles
dias tediosos.
Mas fico agradecido pelo amigo que recebi naquele dia.
César Freitas
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