domingo, 8 de novembro de 2015

Crónica muda

Saio da escola. Entro no carro. Fecho a porta. Arrancamos. 
Eu e a minha mãe somos os únicos ocupantes do veículo. Não dizemos nada, apenas a rádio faz com que o ambiente seja razoável. Vou o caminho todo à janela, mas não me agrada nada do que vejo.
Já ninguém sai para socializar com ninguém, já ninguém vai simplesmente apanhar ar puro, espairecer, refletir, estar consigo próprio um pouco. Limitam-se a estar em casa, fechados, sentados em frente à TV, ou agarrados às novas tecnologias, sem repararem no que está a acontecer lá fora.

Chego a casa como saí. Calado, mudo e com um objetivo como todos nós nos tempos de hoje. Mas não me apetece falar. Apenas fico, eu, aqui...

Sérgio Cruz

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